Roda de conversa reflete sobre racismo, gênero e lugar de fala

Evento, realizado nesta terça-feira (17), abordou a influência da etnia e do gênero na vivência e nas oportunidades

Foto em que aparecem nove pessoas entre homens e mulheres posando para a foto no palco do auditó...

Nesta terça-feira (17), o Núcleo de Diversidade e Inclusão (NDI) do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) promoveu a roda de conversa “Vivências e Perspectivas: Raça, Gênero e Lugar de Fala”. Confira a íntegra da conversa no YouTube.

Alinhado às diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o evento teve como objetivo sensibilizar colaboradoras e colaboradores, magistradas e magistrados sobre desigualdades e discriminações raciais, promovendo o combate ao racismo.

A presidente do Núcleo de Diversidade e Inclusão do TRE-PR, a magistrada do TJPR Flavia da Costa Viana, destacou o apoio do presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, às iniciativas da Justiça Eleitoral do Paraná em relação ao tema discriminação racial e o trabalho desenvolvido pelo Núcleo, parabenizando as servidoras e os servidores integrantes. 

Em seu discurso, a magistrada homenageou o doutor Edinaldo César Santos Júnior, juiz de Direito doTribunal de Justiça do estado de Sergipe, falecido há duas semanas. “Colega sensível, carismático, corajoso, orgulhoso de sua pele preta[...] Ele me contou as suas histórias, suas dores, suas angústias lá em 2016. Foi ele quem me abriu os olhos para os preconceitos vividos pelas pessoas negras, ou por uma pessoa negra, em nosso país mesmo sendo magistrado”, compartilhou a doutora Flavia da Costa Viana.

Após uma breve retrospectiva da sua atuação em relação ao tema, a magistrada refletiu: “Depois de tantos anos, eu olho para trás e vejo que, apesar de termos caminhado, apesar de estarmos semeando, ainda há um longo caminho a ser percorrido para alcançarmos esse mundo mais justo e igualitário que queremos”. Citando a filósofa e ativista norte-americana Angela Davis, a doutora Flavia concluiu: “em uma sociedade racista não basta não ser racista; é preciso ser antirracista”.

Foto em que aparecem nove pessoas entre homens e mulheres posando para a foto no palco do auditó...

A juíza da 58ª Zona Eleitoral de Bandeirantes, doutora Apoema Carmem Ferreira Vieira Domingos Martins Santos, destacou a importância de discutir o racismo. “Quando uma pessoa negra passa a frequentar espaços ocupados majoritariamente por pessoas brancas, ela passa a sentir um olhar de desconfiança, passa a ser questionada em relação ao cargo que ocupa”, explicou a magistrada. Ela ressaltou que o racismo não existe somente em caso de ofensa direta: “o racismo existe também com o não reconhecimento da competência das pessoas ou de sua autoridade ou com desconfianças injustificadas”.

A doutora Nahomi Helena iniciou sua exposição defendendo a necessidade de sensibilizar e conscientizar as pessoas brancas a respeito da realidade das pessoas negras. “Como podemos pensar em soluções para os problemas se muitas vezes não compreendemos o problema?”, questionou a advogada. De acordo com ela, é necessário ter compaixão para respeitar e entender a realidade de uma outra pessoa. Ela também apontou a falta de representatividade das pessoas negras nas instituições como um obstáculo à mudança da realidade: “no Brasil, as pessoas negras representam apenas cerca de 17% de todas as instituições”. 

A jornalista Cláudia Kanoni abordou o monopólio do discurso construído por pessoas brancas, sobre o qual é construído o imaginário. “Existe uma naturalização a respeito do discurso segundo o qual vivemos uma democracia racial no Brasil”, exemplificou a jornalista. Ela contou que só percebeu a realidade segregacionista quando começou a trabalhar em ambiente composto majoritariamente por pessoas negras: “naquele momento eu entendi que eu não estava em uma sociedade que iria contribuir com os meus sonhos. Eu poderia até realizá-los, mas o contexto não iria contribuir com eles”.

A roda de conversa foi mediada pelo juiz da 132ª Zona Eleitoral de São João do Ivaí, doutor Malcon Jackson Cummings, que, em sua apresentação, ressaltou a importância das iniciativas do TRE-PR voltadas ao combate à discriminação racial.

No encerramento do evento, o presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, retomou os pontos abordados pelos participantes do diálogo promovido nesta terça-feira e ressaltou a importância da criação de políticas antirracistas por parte da Justiça Eleitoral para servir de exemplo para toda a sociedade.

Presenças

Além do presidente do TRE-PR, da magistrada Flavia da Costa Viana e dos integrantes da roda de conversa, estiveram presentes no evento o juiz-membro da Corte desembargador eleitoral José Rodrigo Sade e a diretora-geral do TRE-PR, Solange Maria Vieira.


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