A Justiça Eleitoral foi reinstalada no Paraná em 7 de junho de 1945, em cerimônia solene no Tribunal de Justiça, em Curitiba. Estiveram presentes autoridades jurídicas e representantes da imprensa. O discurso do Des. Clotário Portugal reafirmou o compromisso da nova corte com a lisura eleitoral. A estrutura do TRE-PR ainda era precária: sem sede própria, com apenas nove servidores requisitados, mas com grande empenho para garantir o processo democrático.

Em meio a dificuldades como analfabetismo, falta de infraestrutura e escassa presença do Estado no interior, o TRE criou 40 zonas eleitorais, organizando os eleitores em todo o estado. Mais de 229 mil paranaenses foram habilitados a votar. O transporte de urnas e materiais foi feito com apoio dos Correios e do Corpo de Bombeiros. A imprensa acompanhou de perto cada etapa da preparação.

O processo eleitoral culminou na disputa presidencial entre o general Eurico Gaspar Dutra, apoiado por Getúlio Vargas, e o brigadeiro Eduardo Gomes, representante da oposição civil e militar ao Estado Novo. A eleição também permitiu que os paranaenses escolhessem senadores e deputados para a futura Assembleia Nacional Constituinte. A campanha mobilizou o país com discursos, comícios e ampla cobertura da imprensa. No Paraná, jornais como O Dia, Diário da Tarde e Diário do Paraná relataram a movimentação eleitoral, os preparativos das seções e a atuação de mesários e juízes.

As eleições ocorreram em 2 de dezembro de 1945, de forma tranquila e sem registros de fraudes relevantes. Dutra venceu no Paraná e em todo o Brasil, sendo proclamado presidente em janeiro de 1946. A imprensa local destacou a votação expressiva e a condução eficiente do pleito. A morte súbita do presidente do TRE-PR, Des. Leonel Marques, dias antes da diplomação, deu um tom discreto à cerimônia, que foi realizada sem solenidade pública, mas reconhecida como um marco da retomada democrática no estado.