Urna eletrônica completa 29 anos
Curitiba foi a capital escolhida para o primeiro grande simulado nacional, realizado em julho de 1996

Nesta terça-feira (13), a urna eletrônica completa 29 anos. A data representa um marco histórico, porque, nesta data, em 1996, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou as primeiras urnas eletrônicas aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para que pudessem conhecer o equipamento que seria utilizado nas eleições municipais daquele ano. O equipamento combinava tela, teclado e CPU em uma só máquina. Em 6 de julho do mesmo ano, o primeiro grande simulado nacional foi realizado em Curitiba.
O assessor de Atenção à Saúde do TRE-PR, Mozar de Ramos, conta que ingressou no Tribunal em 1995 e, já no começo de 1996, começou a ouvir falar da urna eletrônica. “Era um momento de grande expectativa e curiosidade. Todos queriam entender como seria trabalhar com aquela novidade tecnológica que prometia revolucionar o processo eleitoral”, relata.
Ele esclarece que, à época, a Justiça Eleitoral estava concentrada em ensinar as eleitoras e os eleitores a votar: “nós, servidores, íamos aos terminais de ônibus, à Rua XV, às escolas, associações, clubes, feiras - onde houvesse gente, lá estávamos nós, demonstrando a urna, tirando dúvidas, explicando o passo a passo do voto eletrônico”.
O servidor ainda lembra de um domingo, em que um grupo de servidores do TRE-PR estava fazendo uma ação de divulgação da urna eletrônica na feirinha do Largo da Ordem, em Curitiba: “Enquanto explicava o funcionamento da urna para os eleitores, fui surpreendido pela presença de uma eleitora famosa, uma atriz que, à época, era amplamente reconhecida por ser protagonista de uma novela da Globo. Ela parou, fez várias perguntas e interagiu com muita simpatia. Foi curioso perceber que rapidamente se formou uma multidão ao redor”.
Confira publicações da época
Primeira votação eletrônica
A primeira votação eletrônica do Brasil ocorreu dia 6 de outubro de 1996 e mobilizou cerca de 32 milhões de eleitoras e eleitores, em 57 cidades brasileiras: 26 capitais (exceto Brasília, que não tem eleição municipal) e 31 municípios do interior com eleitorado superior a 200 mil pessoas. Pouco mais de 70 mil urnas eletrônicas foram utilizadas naquelas eleições. No Paraná, as urnas foram usadas apenas em Curitiba e Londrina.
Ainda na noite daquele dia o resultado das votações daquelas 57 cidades foi anunciado, confirmando o sucesso da inovação tecnológica. Ao apresentar um balanço dos trabalhos, o ministro Marco Aurélio disse que o primeiro passo havia sido dado e que a Justiça Eleitoral cumpria seu papel confiante de ter tido o endosso de todas as forças políticas do país na busca do objetivo maior de aprimoramento constante da democracia.
Produção nacional com tecnologia em evolução
Desde o primeiro protótipo criado pelo TSE, a urna eletrônica é desenvolvida integralmente no Brasil. Ao longo dos anos, o equipamento incorporou inovações e os mais modernos recursos tecnológicos das áreas de computação e segurança da informação.
Por norma, a urna não possui conexão com redes de internet, wi-fi ou bluetooth, funcionando de forma isolada para garantir a integridade do voto. O equipamento passa, periodicamente, por atualizações físicas e lógicas e, desde 1996, já foi submetido a diversas auditorias, perícias e seis edições do Teste Público de Segurança (TPS).
Novos modelos e recursos de acessibilidade
A Justiça Eleitoral segue produzindo novas urnas, agora do modelo UE2022. A produção teve início em maio de 2023, na fábrica da Positivo Tecnologia, em Ilhéus (BA), vencedora da licitação realizada em 2021, visando substituir aparelhos antigos e atender às demandas crescentes do processo eleitoral.
Desde a primeira versão, o modelo UE1996, que já contava com tela, teclado e CPU em um único corpo, o equipamento incorporou recursos como teclas em braile, criptografia de Boletins de Urna (BU), assinatura digital de softwares (a partir de 2002), Registro Digital do Voto (RDV), em 2003, e o Módulo de Segurança Embarcado (MSE), em 2009.
O modelo UE2020, utilizado pela primeira vez em 2022, trouxe importantes avanços, como tela sensível ao toque para as mesárias e os mesários e o aumento da capacidade de processamento em 18 vezes. O UE2022 manteve essas melhorias e reforçou a segurança criptográfica, além de aprimorar os recursos de acessibilidade.
Símbolo de segurança e compromisso democrático
A urna eletrônica é um símbolo de segurança, modernização e compromisso democrático do Brasil, reconhecida mundialmente por contribuir com eficiência e confiabilidade para o sistema eleitoral brasileiro.
Com informações dos sites do TSE e do TRE-PB e da Seção de Gestão Documental, Memória Institucional e Biblioteca do TRE-PR
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