Na última sexta-feira (5), em comemoração aos 172 anos de independência política do estado, o Arquivo Público do Paraná realizou o lançamento de uma exposição de itens e documentos históricos sobre o estado do Paraná. O evento contou com a presença da desembargadora eleitoral substituta da Corte do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) Tatiane de Cássia Viese. Na cerimônia, ela destacou a importância de guardar e preservar registros e documentos históricos: “Memória não é apenas um passado, é um fundamento da cidadania e um elemento indispensável ao fortalecimento da Justiça”. 

Entre os itens da exposição, destacam-se a máscara mortuária de Zacarias de Góes e Vasconcellos; a Lei Imperial nº 704, de 1853, que marca a emancipação política do Paraná, assinada por Dom Pedro II; a Lei nº 1, de 1854, que oficializou Curitiba como capital da província; reedições do 19 de dezembro, o 1º jornal publicado no estado; o brasão do Paraná e o brasão de armas, ambos desenhados por Alfredo Andersen; uma ilustração do indígena Guairacá, desenhado por João Zaco Paraná; os itens comemorativos do centenário da Emancipação; além de outros objetos que retratam momentos importantes do Paraná.

A mostra segue aberta para visitação até o dia 18 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h, na sede do Arquivo Público, em Curitiba.

Emancipação Política

A emancipação será celebrada oficialmente no dia 19 de dezembro, quando o estado do Paraná celebrará 172 anos de sua independência política, com a separação do estado da província de São Paulo, em 1853. A data é marcada pela chegada e posse do presidente da província do Paraná, Zacarias de Góis e Vasconcelos, sete meses após a sanção da Lei Imperial nº 704, de 29 de agosto de 1853, que autorizava a emancipação.

De Comarca à Província

O Paraná, inicialmente chamado de 5ª Comarca da Capitania de São Paulo, tinha como sede a cidade de Paranaguá, elevada à condição de Vila em 1648, por uma concessão do rei Dom João IV de Portugal. Devido ao seu desenvolvimento, os moradores locais pleitearam, em 1811, que Paranaguá se tornasse capital de uma nova província, desanexada da Capitania de São Paulo, o que não foi concedido. No ano seguinte, a vila perdeu o título de sede da Comarca para Curitiba, devido às rotas e atividades comerciais que se desenvolveram na cidade. 

Somente em 1843, com a Revolução Liberal de Sorocaba, em São Paulo, surgiram tentativas formais de independência política do estado. Os argumentos utilizados pelos líderes e representantes políticos do movimento incluíam a falta de atenção e a má administração da Comarca pela Província de São Paulo; a distância entre Curitiba e a capital, São Paulo; o desenvolvimento populacional do Paraná e o receio de que houvesse uma rebelião dos moradores contra o poder Imperial, inspirados na Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul.

O processo legislativo formal só passou a tramitar em 1850, com a confirmação do desmembramento em 1853, no dia 29 de agosto. Em 19 de dezembro, o baiano Zacarias de Góes e Vasconcellos tornou-se o primeiro presidente da província, nomeado pelo imperador Dom Pedro II. Em 1854, Vasconcellos fundou a Assembleia Provincial, atual Assembleia Legislativa, e, em 1855, o “Archivo Publico”, para preservar a documentação e informações sobre a história e a geografia da província.

Na época da emancipação, a nova província contava com apenas sete municípios: as cidades de Paranaguá e Curitiba, além das vilas da Lapa (chamada de Vila do Príncipe), Antonina, Morretes, Castro e Guaratuba.

Serviço

Mostra 172 anos da emancipação política do Paraná

Data: de 5 a 18 de dezembro (de segunda a sexta-feira)
Horário: das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h
Local: Arquivo Público do Paraná
Endereço: Rua dos Funcionários, 1796, Cabral, Curitiba

Com informações da Agência Estadual de Notícias (AEN) e da Câmara Municipal de Curitiba (CMC)

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