Café Cultural relembra a trajetória de Max Wolff Filho, paranaense herói na Segunda Guerra Mundial
O evento marcou a abertura de uma exposição de objetos históricos e de uma mostra fotográfica na sede do TRE-PR

Nesta terça-feira (29), o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) promoveu o Café Cultural “Max Wolff Filho: Testemunho de Coragem”, realizado no auditório do edifício-sede, em Curitiba. O encontro, transmitido ao vivo pelo Youtube, contou com a participação de autoridades, servidoras, servidores e estudantes de colégios públicos da capital. Na ocasião, foi inaugurada uma exposição de objetos históricos e uma mostra fotográfica sobre a Força Expedicionária Brasileira.
Durante a abertura, o presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, ressaltou que o evento celebra a história de Max Wolff Filho, que nasceu em 29 de julho de 1911, em Rio Negro, no estado do Paraná. “Visamos promover um diálogo da sociedade civil com a Força Expedicionária Brasileira, as Forças Armadas e o patriotismo. Buscamos levar esse valor tão importante para a sociedade, reverenciando os heróis da pátria”, declarou.
O vice-presidente e corregedor do TRE-PR, desembargador Luiz Osório Moraes Panza, destacou os esforços da Força Expedicionária para defender a nação. “Queremos agraciar as pessoas que colaboraram com a história do Brasil e que colaboraram com a nossa pátria. As Forças Armadas são essenciais para a nossa Justiça, para o nosso povo e para a nossa democracia”, declarou o magistrado, recordando que seu próprio pai foi coronel do Exército. “Lembrar dos heróis é lembrar da história [...] Só poderemos visualizar o futuro se nós nos colocarmos no passado para sabermos para onde estamos caminhando”.
O comandante da 5ª Região Militar, general de brigada Richard Wallace Scott Murray, parabenizou o TRE-PR pela iniciativa e salientou a importância da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. “Muitos deles não voltaram. Foram inúmeros os exemplos de heroísmo, bravura e valores que cultivamos em nosso Exército e em nossa sociedade. Hoje, nada mais justo do que celebrarmos um dos nossos heróis”. Ele destacou que Max Wolff Filho foi condecorado com diversas medalhas, com valor reconhecido nacional e internacionalmente pela defesa dos ideais de democracia e liberdade.
Palestras
A programação do evento seguiu com uma apresentação do diretor do Museu do Expedicionário, coronel Said Zendim, sobre o contexto histórico e a atuação da Força Expedicionária. Ele relatou que, apesar de manter relações comerciais com a Alemanha e os Estados Unidos, o Brasil entrou na guerra após o ataque japonês contra a base naval norte-americana de Pearl Harbour, em 1941. Rompendo com as nações do eixo, o governo brasileiro enviou cerca de 25 mil expedicionários, dos quais 1.542 eram paranaenses. Ele explicou ainda que foram 239 dias de combate, com destaque para as ações em Monte Castello e Montese e o Cerco de Fornovo di Taro.
Em seguida, o professor do Colégio Militar de Curitiba coronel Cristiano Rocha Affonso da Costa abordou alguns mitos sobre a Força Expedicionária, apresentando as histórias reais dos soldados brasileiros, sobretudo de Max Wolff Filho, que morreu em 12 de abril de 1945 ao fazer uma patrulha para verificar a presença de inimigos. “Depois dos combates, ele voltava para resgatar quem ainda estivesse vivo ou dar um enterro digno para aquele companheiro que morreu em combate. Ele era chamado de ‘carinhoso’ pela forma como tratava os outros. Era uma lenda realmente”, disse o palestrante sobre o homenageado.
A representante da Legião Paranaense do Expedicionário (LPE), Priscila de Quadros Cury, apresentou o trabalho da instituição, criada em 1946 para auxiliar os combatentes em seus problemas cotidianos, construindo sua identidade social após o retorno ao Brasil como “homens comuns”. De acordo com ela, a reintegração dos soldados foi difícil, com falta de assistência do governo, necessidades financeiras, sentimento de abandono, saúde abalada e discriminações. “Memória é vida, memória não é passado, memória é identidade”, enfatizou a palestrante, destacando que a LPE busca preservar a história dos ex-combatentes.
Galeria
Homenagens
Na ocasião, receberam a Comenda do Mérito Eleitoral Paranaense Sidnei Ferreira, filho de Benjamim Ferreira, ex-servidor do TRE-PR que serviu na FEB durante a Segunda Guerra Mundial; Aramis Borges, membro da Legião do Expedicionário e filho do pracinha Alberto Weinhardt Borges, que também serviu na FEB; Rachel Madureira Regnier, presidente da LPE;e Doroti Szeremeta Rolim Valeixo e Dulcemar Szeremeta, sobrinhas-netas de Max Wolff Filho. A honraria, instituída pela Resolução TRE-PR n° 730/2016, visa homenagear as autoridades pelos seus grandes feitos ao estado e à Justiça Eleitoral.
Após a homenagem, Sidnei Ferreira destacou a importância do reconhecimento da história do ex-combatente da FEB e ex-servidor do TRE-PR Benjamim Ferreira. “Foi uma emoção muito grande receber esse diploma pela memória que eu tenho do meu pai e pela pessoa que ele foi em relação aos funcionários do Tribunal. Todo mundo gostava muito dele [...] Eu me emociono muito quando lembro dele”, declarou.

Exposição e mostra fotográfica
O evento marcou também a abertura da exposição de objetos históricos que fazem parte do acervo do Museu do Expedicionário de Curitiba e da mostra fotográfica "Um olhar feminino na história e legado da Força Expedicionária Brasileira: passado e presente". Os itens estarão disponíveis para visitação até o final do mês de agosto, no hall de entrada da sede do Tribunal.
Inaugurada em março no Museu do Expedicionário, a exposição fotográfica de Ariane Schiochet oferece um olhar sensível sobre cenas e fatos históricos. A autora busca conectar o público ao passado, divulgando a história da Força Expedicionária Brasileira e retratando os participantes do conflito, responsável pela morte de 1,5 mil expedicionários nos campos de batalha.
Durante esta terça-feira, foram expostos, no pátio de estacionamento do edifício-sede, veículos da época da Segunda Guerra, cedidos pela Brigada Paranaense de Viaturas Militares Antigas (BPVMA).
Estatísticas
Segundo o Censo Permanente da FEB, atualizado em 15 de julho, 32 veteranos da Força Expedicionária Brasileira estão vivos. Esse número representa uma pequena fração dos mais de 25 mil homens enviados ao teatro de operações na Itália durante a Segunda Guerra Mundial entre o final de 1944 e o início de 1945.
Entre os 32 veteranos, dois ainda residem em Curitiba: o 2º Tenente Joaquim Ignácio Goulart Mayer, natural de Santa Maria, Rio Grande do Sul, que, com 99 anos, é o mais novo do censo, e o 2º Tenente João Trela, natural de Três Barras, Santa Catarina, que celebrou 101 anos no mês de junho.
O último dos expedicionários paranaenses que integraram a FEB é o 2º Tenente Jovino Francisco Leal, que completou 103 anos no dia 5 de maio. Após a guerra, foi eleito vereador do município de Siqueira Campos-PR, cidade onde nasceu.
Presenças
Além do desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, estiveram presentes no evento as juízas-membras da Corte do TRE-PR, desembargadora federal Claudia Cristina Cristofani e desembargadora eleitoral Vanessa Jamus Marchi; o juiz-membro da Corte desembargador eleitoral José Rodrigo Sade;a desembargadora eleitoral substituta Tatiane de Cássia Viese;e o procurador regional eleitoral do Paraná, doutor Marcelo Godoy.
Também participaram do evento os desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) Jucimar Novochadlo, ex-presidente do TRE-PR, e Robson Marques Cury; o juiz federal da Justiça Militar doutor Arizona Dávila Saporiti Araújo Júnior; e a promotora da Justiça Militar doutora Cristiane Pereira Machado.
Compareceram ao encontro ainda o secretário-geral do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (IPRADE), Luiz Paulo Muller Franqui; o advogado Guilherme de Salles Gonçalves, representando a Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep); o presidente da Câmara Técnica de Cultura e História da Polícia Militar do Paraná (PMPR), tenente-coronel João Carlos Toledo Júnior; o capitão Rodrigo Mariano de Brito, representando o comandante geral da PMPR; o major Saulo Gonçalves Pessette; o auditor fiscal da Receita Federal Francisco Horst Bignardi Reinhardt; além de familiares de Max Wolff Filho e de Benjamim Ferreira e de estudantes do Colégio da Polícia Militar, do Colégio Militar de Curitiba e do Colégio Estadual Manoel Ribas.
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