Após uma década, Justiça Eleitoral do Paraná encerra revisões biométricas obrigatórias

Estado terá em 2020 primeira eleição com todos os eleitores identificados por suas digitais

Banner de fundo branco onde se lê, em verde, ao centro “10 anos Biometria”. A imagem está cercad...

A Justiça Eleitoral do Paraná comemorou na sexta-feira (29/11) a conclusão, três anos antes da meta nacional, da revisão biométrica do eleitorado. A marca é resultado de uma década de esforços integrados, que mobilizou diversos presidentes, membros da Corte, juízes eleitorais, promotores, servidores, requisitados, estagiários, contratados, prefeituras, entidades públicas e privadas, imprensa e, em especial, os quase oito milhões de eleitores de todas as cidades paranaenses.

“A partir de agora, nosso cadastro está ainda mais preciso – sabemos que o número de eleitores cadastrados reflete exatamente o número de eleitores existentes no Paraná”, afirmou o presidente do Tribunal, desembargador Gilberto Ferreira, lembrando que, além de garantir a segurança na identificação do eleitor, o cadastro com biometria diminui o número de abstenções nas eleições.

“Gostaria de deixar o nosso agradecimento aos servidores, contratados, estagiários e aos meios de comunicação que contribuíram para que obtivéssemos sucesso na realização da biometria, e, em especial, a cada eleitor que atendeu ao chamado da Justiça Eleitoral e compareceu ao fórum eleitoral do seu município”, disse o vice-presidente e corregedor, desembargador Tito Campos de Paula.

Balsa Nova: projeto piloto

As últimas cinco zonas eleitorais, que encerram hoje a biometria, são Cruzeiro do Oeste, Ivaiporã, Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Realeza. Quando o último eleitor for atendido nestes locais, a Justiça Eleitoral do Paraná encerrará um ciclo que teve início em 2009, no município de Balsa Nova.

A seguir, em 2011, a revisão biométrica chegou a Curitiba, depois passou pela Região Metropolitana da capital e seguiu para Londrina e Maringá, ganhando todo o Estado ao longo dos anos. Em cada cidade, foram assinados convênios e instituições vieram em socorro dos chefes de cartório que tiveram o desafio de coletar as digitais de toda a população em idade de votar.

Esforço coletivo

Segundo a Coordenadoria de Planejamento Estratégico (COPE), que liderou as operações na sede, a ajuda veio de toda parte. Se fossem só os servidores da Justiça Eleitoral trabalhando, com um orçamento de R$ 4 por eleitor, a missão não seria possível. Foi um enorme esforço coletivo.

A revisão biométrica recebeu o apoio das prefeituras, que cederam, em muitos casos, as estruturas físicas montadas nas centrais de atendimento ao eleitor, como cadeiras e tendas, além da força de trabalho atrás dos guichês. As polícias, militar e federal, emprestaram seus conhecimentos em coleta de digitais. O Exército enviou soldados para auxiliar no atendimento. A imprensa, câmaras municipais e igrejas espalharam as mensagens de convocação dos eleitores.

Logística

Aos servidores da sede, em muitas viagens de carro até as zonas eleitorais, coube a tarefa de distribuir e configurar os cerca de 1300 “kits bio”, computadores, impressoras, guichês e mesas para 156 zonas eleitorais e 39 postos descentralizados, totalizando 195 locais espalhados pelo Paraná.

O Tribunal também, verificou o número de pessoas contratadas que seriam necessárias em cada zona, desenhou os layouts das centrais de atendimento, disponibilizou os pontos de rede e eletricidade necessários e montou toda a parte elétrica e lógica. Entre montagens e desmontagens, foram 260 viagens e 416 mil km rodados.

Uma operação gigantesca, uma das maiores já realizadas pela Justiça Eleitoral.

Zonas em ação

Em algumas zonas eleitorais, apenas dois servidores eram responsáveis por executar, com o suporte da sede, essa verdadeira operação de guerra: convocar os eleitores, promover campanhas na imprensa, dar andamento aos processos, assessorar o juiz, administrar o fórum eleitoral e distribuir e coordenar as atividades dos estagiários e contratados, entre tantas outras incumbências.

Onde não havia meios de comunicação disponíveis, a mensagem da biometria propagou-se por ruas, praças e avenidas em alto-falantes de carros de som – dizem que até um “boi som” foi usado para alcançar os eleitores de uma zona rural. Em outra localidade, a convocação passou nos televisores da vitrine de uma loja!

Por muito tempo, servidores e colaboradores, do interior e da sede, limitaram o tempo com a família e atravessaram sábados, domingos e feriados, manhãs, tardes e noites na busca pelo cumprimento da meta e por eleições com alto nível de segurança. Com o encerramento dos mutirões, a Justiça Eleitoral do Paraná vira uma página importante da sua história. Nas Eleições 2020, todos os eleitores votarão com identificação biométrica. Ganha a democracia.

 

Texto: Melissa Diniz Medroni
Arte: Seção de Design Visual (SDV)
Fotos: Arquivo TRE-PR
Coordenação: Rubiane Barros Barbosa Kreuz
CCS/TRE-PR

 

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