27 de junho: Dia Internacional da Pessoa Surdocega
Representante da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão da Justiça Eleitoral do Paraná participa de evento on-line promovido pelo Grupo Brasil - Universo da Surdocegueira

Em 27 de junho comemora-se o Dia Internacional da Pessoa Surdocega, data em que nasceu Helen Keller (1880-1968), escritora, conferencista, ativista social norte-americana e primeira pessoa surdocega a graduar-se no ensino superior.
Em comemoração, o Grupo Brasil - Universo da Surdocegueira, que tem como metas promover comunicação, autonomia, aprendizagem e inserção social de pessoas com múltiplas deficiências, realizou uma live no seu canal no YouTube sobre o tema "Um mundo sem luz e sem som: como é a vida de um casal de surdocego?", em que foram entrevistados Cláudia Sofia, presidente do Grupo Brasil e coordenadora do curso de intérpretes, e seu marido Carlos Jorge, membro do conselho municipal da pessoa com deficiência de São Paulo.
Deste evento participou Wesley Neves Salmazo, um dos membros da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão da Justiça Eleitoral do Paraná, que fez as seguintes perguntas para os participantes:
1 - Quando vocês precisam ir ao Cartório Eleitoral, vocês são bem atendidos?
R: "Sim, somos acompanhados de um profissional intérprete (...) e desde que fiquei surda e cega, sempre fui bem atendida e respeitada", afirmou Cláudia Sofia.
2 - Nas eleições, quando vocês vão votar, o local de votação é de fácil acesso?
R: "...quando vamos votar, todos nos respeitam e, com o auxílio dos intérpretes, todo processo acontece tranquilamente. Não é a pessoa que nos acompanha que vai fazer por nós, ele vai assessorar, mas quem faz tudo somos nós. Nós votamos conforme nós decidimos", explicou Cláudia.
3 - A urna eletrônica é acessível às pessoas com surdocegueira? É fácil votar?
R: "Há muitos anos aprendi que os números da urna eletrônica são também marcados em braile na hora de fazer a votação, então quando vou votar, levo um intérprete, ele fica do meu lado durante todo o processo de entrada na cabina de votação, e na hora de votar consigo fazer isso sozinho porque tem braille na urna", disse Carlos Jorge.
4 - Vocês se sentem incluídos na sociedade? Sentem que as pessoas os respeitam ou que apenas sentem compaixão - pois respeito e compaixão são coisas distintas!
R: "Eu me sinto incluída, sim! Mesmo que a pessoa ao meu redor não aceite, eu não estou nem aí. Foi difícil o padre aceitar nos casar, foi difícil a imobiliária aceitar nós pagar aluguel para ela, mas mesmo assim, eu não desisti. (...) Ou você vai à luta, ou fica dentro de casa esperando cair do céu. As pessoas acham que nós somos 'coitadinhos'. Nós não somos coitadinhos", disse Cláudia. Carlos complementa: "Nós temos os nossos direitos enquanto surdocegos, e somos capazes de fazer qualquer coisa que uma pessoa que escuta ou vê consegue fazer, não somos inferiores a ninguém, temos condições iguais a qualquer pessoa".
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