Direito do Futuro foi tema do 22º Café Cultural
Evento contou com palestra do diretor da Faculdade de Direito da UFPR, Sérgio Staut Júnior

“Não há outro tema mais atual em Direito do que a discussão sobre a Inteligência Artificial”. Foi com essa premissa que o professor pós-doutor Sérgio Staut Júnior conduziu sua palestra nesta sexta-feira (14) durante a realização do 22º Café Cultural. O diretor da Faculdade de Direito da UFPR, ao abordar os desafios impostos pela Inteligência Artificial ao Direito e aos seus operadores, esclareceu que a Inteligência Artificial estreita (que é alimentada com dados) encontra-se extremamente desenvolvida: temos hoje músicas sendo compostas por computador e quadros pintados por máquinas com qualidade técnica semelhante à de artistas consagrados. Esse tipo de inteligência é capaz de substituir o trabalho repetitivo: o robô Victor, atualmente em operação no STF, é 6 vezes mais rápido que um servidor humano.
Em contrapartida, Staut lembra que a Inteligência Artificial geral, capaz de substituir o trabalho de um juiz ou advogado, por exemplo, ainda dá seus primeiros passos. Se os empregos dos advogados pelo menos por ora estão preservados, isso não quer dizer que a Inteligência Artificial geral não imponha seus próprios desafios. Um robô que apresenta esse tipo de inteligência, chamado Sophia, ganhou cidadania saudita. E então nasce uma discussão legal: o robô Sophia pode, por exemplo, ser desligado? Diante desse questionamento, o palestrante mencionou que, no Japão, o debate sobre os direitos dos robôs já é uma realidade.
Nesse contexto, ele ressaltou que as universidades têm se preocupado desde sempre com a tradição e o Direito do passado, mas que é chegada a hora de se voltarem ao Direito do futuro. O doutor Staut entende que uma série de medidas precisam ser pensadas, como a celeridade na regulamentação do tema e a criação de uma doutrina (com a instituição de disciplinas sobre o tema, fomentando-se o debate sobre casos concretos, além da valorização de cadeiras de Direito Comparado). Ele pontuou que, nessa matéria, os princípios democráticos devem sempre estar em primeiro plano, uma vez que a regulamentação da questão determina a vida de todas as pessoas, não só daquelas que trabalham com tecnologia.
Para os interessados na matéria, Staut indicou o site do grupo de estudo GEDAI, da UFPR, que discute temas como tecnologia, direitos autorais e regulamentação da Inteligência Artificial.
O Café Cultural é um projeto da Escola Judiciária Eleitoral que, desde 2016, oportuniza aos colaboradores da Justiça Eleitoral e à comunidade de forma geral o contato com profissionais renomados de diversas áreas que abordam temas da atualidade por meio de palestras ou diálogos no formato talk show. A realização do Café Cultural atende aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, especialmente no que diz respeito ao objetivo nº 5, que se refere à educação de qualidade.
Participaram do evento o presidente do TRE-PR, desembargador Tito Campos de Paula; o vice-presidente e corregedor regional eleitoral, desembargador Vitor Roberto Silva; o juiz-membro da Corte e diretor-executivo da EJE-PR, doutor Carlos Alberto Costa Ritzmann; os juízes-membros da Corte (pelo youtube), doutor Thiago Paiva e doutor Roberto Tavarnaro; e a coordenadora-executiva da EJE-PR, Juliana Paula Zigovski.
Quem não conseguiu acompanhar o evento pode acessá-lo no canal do Youtube do TRE-PR pelo link a seguir: 22º Café Cultural, com o professor Sérgio Staut Júnior: “Inteligência Artificial e Direito – alguns desafios”.
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