A bem-sucedida operação de revisão do eleitorado de Curitiba através do sistema biométrico, realizado no ano de 2011, deixou o Paraná com 20% do seu total de eleitoras e eleitores com títulos cadastrados e impressões digitais coletadas. Já nas eleições de 2012, o eleitorado curitibano, assim como balsa-novense, compareceu à seção eleitoral e teve sua identificação confirmada pela leitura de suas digitais. Um avanço tecnológico que tornou o processo de votação brasileiro mais seguro ainda.

Vencido o grande desafio que foi recadastrar o eleitorado da capital, o desembargador Rogério Coelho, então presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), decidiu expandir a biometria para o interior do estado e as duas maiores cidades, Londrina e Maringá, foram as escolhidas para marcar essa expansão.

A revisão biométrica em Londrina teve início no dia 04 de março de 2013 e teria uma duração de seis meses, com término previsto para 06 de setembro daquele ano. A meta era revisar um mínimo de 80% do eleitorado. Foram instalados inicialmente 50 guichês de atendimento, número que chegou depois ao total de 99, para receber os 348.690 eleitoras e eleitores do município. Nesse mesmo período, também seria revisado o eleitorado de Tamarana, que pertence a uma das Zonas Eleitorais da cidade e contava com 8.962 pessoas cadastradas.

Ao término dos trabalhos, 288.158 eleitoras e eleitores de Londrina compareceram, ao longo de 136 dias de funcionamento da Central de Atendimento no Fórum Eleitoral da cidade. Isso equivale a 82,64% do eleitorado. Já em Tamarana, que contou em sua reta final com uma estrutura de atendimento montada no próprio município, o percentual de comparecimento foi um pouco maior, 82,90%, ou 6.386 pessoas. Tudo o que havia funcionado em Curitiba foi utilizado novamente em Londrina. Além do agendamento prévio pela internet e da intensa campanha de divulgação nos meios de comunicação e nas redes sociais, o apoio dos poderes Executivo e Legislativo foi fundamental, bem como a participação efetiva do comércio e da indústria locais.

Em Maringá, a revisão começou um mês de depois de Londrina, no dia 03 de abril. Além do município sede, outros quatro também teriam seu eleitorado revisado: Doutor Camargo, Floresta, Ivatuba e Paiçandu. Os trabalhos se estenderiam também por seis meses, até o dia 04 de outubro. A estrutura inicial montada contava com 52 guichês de atendimento, que foi ampliada para 84, a fim de receber 246.093 maringaenses. Quando a revisão foi concluída, após 135 dias de funcionamento, Maringá fechou com 83,1% do eleitorado revisado (213.610 atendimentos); Doutor Camargo com 86,5% (4.319); Floresta com 85,95% (4.429); Paiçandu com 81,42% (21.043) e Ivatuba com 70,47% (1.852).

A conclusão das revisões biométricas em todos os municípios que compõem as zonas eleitorais de Londrina e Maringá fez com que um pequeno problema fosse detectado. Balsa Nova, primeira cidade do Paraná a receber a biometria, na verdade pertence à 182ª Zona Eleitoral de Campo Largo, que ainda não havia tido seu eleitorado revisado. Por conta disso, a Corte do TRE-PR aprovou a realização da revisão biométrica daquele município a ser realizada no período de 13 de janeiro a 28 de março de 2014. Ao fim do prazo, 68.460 eleitoras e eleitores, de um total de 82.517 compareceram ao Fórum Eleitoral do município, o que equivale a 82,96% do eleitorado.

O Paraná contava então com 25% de seu eleitorado revisado pelo sistema biométrico espalhado por dez municípios e 24 zonas eleitorais. No dia 30 de outubro de 20114, a Corte Eleitoral aprovou a Resolução nº 692 disciplinando os procedimentos para a realização de revisão do eleitorado e dos serviços ordinários de atendimento, mediante a incorporação de dados biométricos nos municípios do Estado do Paraná. O caminho a ser trilhado ainda era longo, mas o TRE-PR estava preparado.

Leia mais:

05.04 - Especial Memórias Eleitorais: O desafio da biometria em Curitiba – parte 1
12.04 - Memórias Eleitorais: O desafio da biometria em Curitiba – parte 2
19.04 - Memórias Eleitorais: O desafio da biometria em Curitiba – parte 3
26.04 - Memórias Eleitorais: O desafio da biometria em Curitiba – final

Texto: Marden Machado
Revisão: Melissa Medroni
Fotos: Arquivo TRE-PR
Tratamento de imagem: Everton Bahl Grabski
Coordenação: Rubiane Barros Barbosa Kreuz
CCS/TRE-PR

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